LIVRARIA DO GARRAFA

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domingo, 27 de junho de 2010

Politicos!

Ratos imundos, mentirosos

Tratos, conchavos, propinas
Falas, discursos prolixos

Aves de rapina, gatunos
Orgias , uísques, banheiras imundas
Gabinetes fétidos, bajuladores

Pais do povo, coronéis dos currais
Gente tola, enganam sem pena
Se pagam às custas desse suor sagrado

Baratas, se assemelham a eles
Vivem do lixo da ignorância
Se nutrem da matéria putrefata

Prostitutas são suas fêmeas
Pois só por dinheiro ou interesse conseguem amor
Dinheiro do povo, mantido por eles ignorante

Pragas do mundo
Constroem seu patrimônio
Sobre a dor


Cesar Almeida.
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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dois Pequenos Dramas Barrocos


Da falta
I. Quando dei por mim havia esse anjo nada torto, era contrito e de falsa esquerda. Pagava mensalidades às mentiras e chamava-se: Desamor. Acabou com minhas pernas, elas pesavam itinerários que não traçavam nas noites, nem nas tardes nem em quaisquer dias. Alargava-me na cintura, era minha boca em forma de não, os vincos na testa onde pensamentos lúgubres se escondiam. E mulher que anda em companhia deste anjo, vira motivo de chacota. Que o mundo ainda tem a pachorra de fazer ganir cachorro quase moribundo. Eu gemo: de tristeza. Ouço Paloma Negra e penso por que não eu? Por que não eu? Brigo com Eros mesmo sabendo que ele deixou de existir a tempos... Mas antes me mandou esse anjo de cor morena, tez adocicada como sua voz, não suporta barulhos, fala baixo, se esconde denso entre minhas roupas, parece estar pregado no espelho em que me olho antes da festa, por isso menos festa, menos rua, menos alegria. O anjo nada torto o tempo todo é o único que não me troca pelas novas moças dos sabonetes Araxá. Fiel o Desamor, te deixa o bastante para esperar o próximo Dia dos Namorados, quando ele volta a te esfregar na cara os sorrisos dos casais deitados nas gramas dos parques. E ainda te sacaneia, atirando a seus pés rapazes: tolos, casados, parvos, desonestos, que suam nas mãos, que dançam engraçado demais. Desamor esconde todos os homens que prestam, na casa, no quarto e nas escrituras em posse das outras damas, essas que nasceram com a sorte do acalanto na voz, com a sabedoria de serem meigas, magras e melhores.

Do excesso
II. Da próxima vez que ouvir qualquer ser, falar que tal dama é triste por falta de homem (e nessas horas os malfadados proferem logo o nome do órgão por extenso, quase com divisão silábica) da próxima vez eu lembrarei de algumas possibilidades que podem ser causadas pelo excesso de homem. Mesmo que seja o de um só. Essa coisa que pode ser reticente e jogada no sofá da sala, que pode ser apreensão somente por isso. Ou da coisa que é um telefone que não liga, nunca. Ou somente toca quando já é tarde demais para que até lembremos de seu nome por extenso.
E os pescoços de alguns homens? Devem ser os mecanismos com maior mobilidade na Terra, elásticos ao olhar para o lado. E os ciúmes deles a respeito de suas mulheres, exige-se desse ciúme uma medida tênue, que em excesso atormenta e quando não existe preocupa.
E para piorar tudo são os que nos vêm com camisetas largas e calcinhas de algodão frouxo, e nem sempre somos Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, linda de camisa de homem branca. Tudo bem, eles nem sempre são George Peppard o “Fred” do filme mais adorável que jamais houve. Tudo bem? Não, nada disso. Mesmo exibindo suave (eu não tenho nada contra, juro) pancinha falam em academia com toda cientificidade para suas esposas, gratas por algum tempo entre o trabalho e o jantar.
Acham que ser bem-sucedido é o que nós queremos em demasia. Ou desejam ser amásios. Eu espero sorridente o meio termo.
E tantos têm a virtude da falta de assunto, da falta da cantada certa. Coisa que deveria ser mole_ a palavra, é dura. Coisa que deveria ser dura_ é mole.
E as horas entregues a “infernet” (palavra de autoria da querida Jana Assis) bem ali no nosso nariz “o corpo virtual é outro corpo querida”.
Portanto quando perceberem naquela chefe, taxista, diretora da escola, dona do bar, policial, advogada e outras mais em quaisquer cargos, mesmo que donas de casa (ó que vida difícil) quando por acaso nelas existir esse detalhe que há milênios apavora a humanidade, o mau humor feminino, podem pensar em tampas de vaso levantada, em toalha molhada em cima da cama ou simplesmente em excesso de homem displicente em casa e falem, só para treinar_ isso deve ser excesso de membros.


Mara Coradello.
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domingo, 13 de junho de 2010

Chegando aos Cinquenta...


O que nos resta ao chegarmos nesta etapa é voltarmos para dentro de nós e vivenciarmos, solitários, todas as delícias que tivemos ao longo de nossa trajetória e que são só nossas. Ninguém pode nos tirar deste delirio solitário...
Ricardo Souza

Que tamanho tens, meu Rio de Janeiro?


A cidade se espalha em sua miséria e megalomania. Absorve tudo à sua volta. Renomeia pasteuriza e homogeneiza tudo e todos. Agora todos são cariocas. Se acham no direito inclusive os que vivem no entorno da dita Maravilhosa... Seriam cariocas de direito? Sei que de fato não são. Mas agregaram por status ou por vergonha. Mas a miséria continua por aqui.
Ricardo Souza

Vitrines


As vitrines ali e eu, cansado de buscar não sei o que, olhando a disformidade de minha imagem tal espelhos de parque de diversões mambembe. Mas, é verdade. Não sou mais quem acho que sou. A idade é cruel e agora, por um rápido lampejo, vejo minha real imagem. Me assusto. Não tem volta. O narcisismo cai no chão e me desespero silenciosamente. Com um sorriso disfarçado, me lanço na felicidade dura dos manequins da vitrine. Sempre jovens, com as melhores roupas, invejados em suas formas. Mas, como eu, preso em minhas imagens distorcidas, eles estão presos em suas vitrines. Eles vêem a vida passando com seus olhos de vidro. Eu envelheço. Sigo em frente a caminho do final certeiro. Eles ficam olhando. Nas vitrines.
Ricardo Souza
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